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Fim do Beady Eye comprova “Noel-dependência” do Oasis

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Opinião de João Victor Vieira (Colaborador RR)
Edição: Diego Centurione

Muito se discutia sobre a “Noel-dependência” do Oasis, especialmente após Standing On The Shoulder Of Giants (2000), quando Liam, vocalista da banda, então uma das maiores de rock do mundo pós-anos 1980, compôs “Little James”, primeira faixa com voz e melodia assinadas por ele. A discussão, então embrionária, ganhou força com “Songbird”, de Heathen Chemistry (2002), e se tornou pauta oficial com consequentes baladinhas de Don’t Believe the Truth (2005) e Dig Out Your Soul  (2008). Tudo sempre girando em torno da mesma questão: o Oasis era ou não era dependente de Noel Gallagher?

O guitarrista, principal cérebro por trás de todos os hits verdadeiramente relevantes do grupo, pintou como coadjuvante em Definitely Maybe (1994), mas apareceu tão estelar quanto o vocalista principal e irmão mais novo a partir de “Don’t Look Back In Anger”, hino de (What’s the Story) Morning Glory? (1995).

Ao final do Oasis, em agosto de 2009, todos os seus então integrantes, Gem Archer, Andy Bell e Chris Sharrock, partiram com Liam para formar o Beady Eye. Noel ficou sozinho, montou uma banda nova (os High Flying Birds) e lançou o disco mais visual de sua carreira. Já o Beady Eye começou antes, com um CD intenso e bastante promissor, mas acabou derrapando em sua própria falta de criatividade e, principalmente, na ladeira na qual deslizou a voz de Liam. Nem a diminuição de tons e ritmos fez com que o cantor conseguisse acompanhar a intensidade do som que seus companheiros propunham.

No auge de sua breve carreira, o Beady Eye representou o Oasis em Londres, na abertura das Olimpíadas de 2012, interpretando “Wonderwall” e mostrando a mesma divergência de sempre: um bom instrumental com uma voz fraca.

Em contrapartida, a banda veio à América do Sul e fez aqui, no Circo Voador, Lapa (Rio de Janeiro), um dos shows mais quentes da história de seus músicos, incluindo Oasis nessa, onde Liam deu sinais de que poderia se recuperar.

Ao final da primeira turnê, problemas no “departamento médico”, especialmente com a sequência de acidentes de Gem, fez com que a banda jamais recuperasse o gás da turnê que prometia muito, especialmente pelo fato de que, pela primeira vez, o Beady Eye tocaria músicas do maior nome do britpop: Oasis (fãs de Blur que nos perdoem).

Ainda assim, a sensação de que faltava algo sempre prevaleceu em discos, shows e até mesmo fotos e poses de divulgação do Beady Eye. Noel , por sua vez, voando solo e com a preguiça que lhe é característica, aguçava cada vez mais a vontade de seus seguidores em busca de novas canções e projetos. Assim, com “In The Heat Of The Moment“, primeiro single de Chasing Yesterday, seu segundo e novo álbum, Noel voltou a surfar na crista da onda, sem decepcionar quem tanto esperou por notícias.

Para Liam, após o anúncio do fim do Beady Eye, no último sábado (25), é hora de se organizar e perguntar se vale a pena seguir uma carreira solo, ou somente arriscar-se como empreendedor/estilista da Pretty Green. A verdade é que todos os defeitos do Gallagher mais novo têm solução: dedicação e cuidado com sua própria forma. Prestígio, não lhe falta, tanto que o cantor já está escalado para participar de uma homenagem ao The Who, no dia 11 de novembro, na Inglaterra.

Quanto ao Beady Eye, ficam as lembranças de um projeto com muito potencial, que poderia ter dado certo. Faltou sorte. E talvez Noel Gallagher.

Será que um dia o Oasis volta?


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