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Entrevista exclusiva: Bonehead, ex-Oasis, de volta em projeto com Vinny Peculiar

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Você pode não gostar de Oasis, mas certamente já se pegou cantarolando “Wonderwall” ou “Champagne Supernova” alguma vez na vida. A banda dos irmãos Gallagher foi um dos pilares do britpop nos anos 90, quando se transformou em um dos maiores grupos de rock do mundo.

No meio desse turbilhão de sucesso, idolatria e megashows, estava o guitarrista Bonehead. Bone, como é carinhosamente chamado, é amigo de infância de Liam Gallagher e foi um dos fundadores do Oasis, permanecendo na banda até 1999.

Após anos sem gravar um álbum próprio e participar de uma turnê, ele volta com a sua nova banda, a Parlour Flames. E traz junto com ele o poeta e músico Vinny Peculiar, um ícone da cultura pop de Manchester e parceiro musical dos ex-Smiths Andy Rourke e Mike Royce, com quem trabalhou em seus discos solo.

De olho no lançamento no primeiro disco da dupla, o Reduto do Rock conversou com os dois sobre a nova banda, o Britpop, Oasis e o que podemos esperar do álbum, que será lançado em maio. Confira abaixo a entrevista exclusiva.

Reduto do Rock – Bonehead, existe a pressão de lançar um disco e estar em uma banda depois de ter participado dos principais trabalhos do Oasis?

Bonehead - Não vejo como pressão. Acho que se eu tivesse saído do Oasis apenas há dois anos, então eu me sentiria um pouco diferente em relação a estar em uma nova banda. Nós pensamos e criamos esse disco por nossa conta, sem gravadora. Claro, esse é o primeiro álbum que estou realmente envolvido desde que saí do Oasis, então existe esse nervosismo bom de como o disco será recebido. Colocamos algumas músicas do álbum no Soundcloud e tivemos um retorno muito positivo, será interessante ver como a imprensa irá recebe-lo. Nós dois estamos muito felizes com o resultado final e ansiosos para tocar essas canções ao vivo.

RR – Vinny, você tem excelentes trabalhos solos e parcerias musicais com músicos como Andy Rourke (Smiths), por exemplo. Como é agora trabalhar em uma banda como a Parlour Flames? É muito diferente de quando se trabalha sozinho?

Vinny Peculiar - Trabalhar com nossa banda é algo incrível, eles são realmente excelentes músicos, temos sorte de termos todos eles. Bone e eu temos uma grande sintonia, acho que nos completamos musicalmente. Meu trabalho com ele não é diferente do que foi com outros músicos, canções funcionam ou não, algumas que você acha sensacional acabam não dando certo no final, outras te surpreendem, e isso é especial quando acontece em uma colaboração como é o nosso caso.

RR – O que podemos esperar da sonoridade da Parlour Flames? Algo mais britpop, psicodélico…?

Bone - Eu não descreveria nosso álbum como britpop, apesar de existir esse elemento “pop”. Temos todo o tipo de influência como folk e psicodélico, pendemos sempre para o que funciona melhor em cada música. Posso dizer que o que surgiu foi uma sonoridade bem peculiar, própria da Parlour Flames.

RR – Vocês são dois grandes músicos que moram em Manchester, como ocorreu esse encontro e a ideia de criar a banda? Existem mais pessoas envolvidas?

VP – Nos encontramos através do Mike Joyce (baterista dos Smiths), ele tocava na minha banda e o Bone apareceu para tocar baixo numa pequena tour européia que fizemos. Ficamos muito próximos e sempre conversávamos que seria legal produzirmos algo juntos. Depois disso Bone tocou guitarra no meu disco de 2010, Other People Like Me, e depois nossos planos ficaram mais sólidos. Primeiro pensamos em um EP, mas no final tínhamos músicas para lançar um álbum duplo.

RR – Quais as principais influências que vocês procuraram para esse primeiro disco?

Bone - Não começamos com nenhuma ideia ou regra pré-concebida de como deveria ser o nosso som, foi uma coisa que foi crescendo e nós dois ficamos bastante satisfeitos. Algumas influências são similares para nós dois, algumas não, passamos um tempo revirando alguns discos de bandas que gostávamos quando adolescentes; existe uma frase em uma música do nosso disco, a “Sunday Afternoon”, ‘Band Practice in the Village Hall trying to get deeper and down’, em referência a uma banda clássica de rock inglês chamada Status Quo, que nós dois gostamos .

RR – O Reino Unido viveu uma efervescência cultural nos anos 90 com o britpop tanto na música como em filmes, arte, teatros etc. Vocês acreditam que todo esse movimento foi importante para descentralizar um pouco o mundo da cultura estadunidense? Acham que a volta de bandas importantes como Blur, Suede, Stone Roses é um símbolo de como isso ainda hoje é significativo para muitas pessoas?

VP – As bandas do Britpop re-introduziram a guitarra na música popular e as pessoas precisavam disso, porque estavam cansadas da Dance Music. Existia também um grande vácuo deixado pela morte do Kurt Cobain. O público gosta de relembrar e revistiar sua juventude, mas no meio disso tem o perigo que a nostalgia traz. Você precisa ter a mente aberta para ouvir novas músicas, todo suposto movimento musical que é ressuscitado vem de pessoas que querem reviver suas próprias memórias, em discos e livros de vinte anos atrás, não estou certo de que isso seja muito saudável.

RR – Vocês são experientes e trabalham com isso há anos, mas ainda existe ansiedade quando se lança um primeiro álbum como agora?

Bone: Sim, nós estamos ansiosos, estamos também animados neste momento. Naturalmente, nós queremos que nosso disco seja bem recebido e até agora, ouvimos criticas muito boas, mas você nunca sabe como as coisas irão sair. Tivemos o suporte de um selo, o Cherry Red Records, e o importante é que continuamos gostando do que fazemos. Estamos confiantes no nosso trabalho e que isso nos levará cada vez mais para frente.

RR – Qual a data de lançamento do primeiro single e do álbum? Podemos ter alguma esperança de ver o grupo no Brasil? Conhecem alguma banda daqui?

VP: Me apresentaram Os Mutantes e achei o som realmente interessante, agora estou numa missão tentando descobrir mais bandas. Ir para o Brasil seria incrível, precisamos ver toda a logística e cruzar os dedos para conseguir ir. Nosso primeiro single, “Manchester Rain”, será lançado dia 20 de abril, e o álbum no dia 20 de maio, pela Cherry Red Records.

RR – Como vocês definem a Parlour Flames?

Bone: É sempre difícil definir o que você é, mas vamos lá: “Psicodélico Artístico Guitarras Cinematográficas com Folk Rock”, é isso aí!

RR – E para finalizar, como vocês enxergam o carinho dos fãs com a banda, mesmo ainda não tenho lançado nenhum trabalho?

VP - Ajuda bastante o Bonehead ter uma amável base de fãs, ele realmente ficou tocado pelo calor e mensagens de boa sorte que recebemos pelas redes sociais. Isso nos ajudou inicialmente, mas agora seremos julgados pelo disco pelos shows, e esse é o desafio que procuramos.

Demos:

Site: parlourflames.com

Por: Raul Ramos (Colaborador Reduto do Rock)
Edição: Diego Centurione


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